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Ex-prefeita não responde a nenhum processo sobre abastecimento de veículos.


Por Luana Figueredo:

 Ao invés de explicar a mensagem, assessores da gestão tentam atingir o mensageiro. "Ne nuntium necare!"

Após as denúncias do vereador Lau de Lelo na última sessão da Câmara sobre um suposto superfaturamento no preço dos combustíveis comprados pela Prefeitura de Valença, alguns assessores da atual gestão aparentemente seguiram a linha de vestir a carapuça e se incomodar tanto a ponto de requentar fakes. Não se sabe se orientados para agir assim ou por iniciativa própria, decidiram partir para o ataque.

Não mate o mensageiro!

Aqui não se tem a intenção de aconselhar ninguém, mas fazer um comentário – sobre essas reações incontroladas – com uma célebre frase em latim: “Ne nuntium necare”, que significa: não mate o mensageiro.

Contam que esta expressão veio da ordem dada pelo rei da Pérsia, Dario terceiro, quando recebeu uma má notícia de que seu exército havia sido derrotado para Alexandre, o Grande. Ao invés de enfrentar a realidade, ele determinou a morte de quem trazia a notícia, provavelmente para encobrir seu próprio fracasso.

O hábito matar os mensageiros quando as notícias eram ruins provam que o rei queria escutar apenas o que era agradável aos aos seus ouvidos.

Guardadas as devidas proporções, o fato de algumas pessoas que ocupam cargos comissionados no governo municipal de Valença “ressucitar dos mortos” uma velha história sobre o fantasmagórico processo sofrido pela ex-prefeita Jucélia referente ao abastecimento de veículos em sua gestão, soa como a clássica história citada. Ora, é um erro ignorar a mensagem e querer ofender ou matar o mensageiro. Mais ainda é cair na besteira de não checar a arma utilizada, não conferir a veracidade.

Investigação contra Jucélia foi extinta por falta de provas 

Pois bem, o citado processo contra Jucélia nem sequer foi aberto. O inquérito foi ARQUIVADO pelo Ministério Público. Ou seja, os aliados do prefeito, na tentativa de atingir o vereador Lau, optaram, não por tentar desconstruir o que ele apresentou na Câmara, mas por desviar a atenção, ressuscitando uma ação que nem existe. 

promotor Gustavo Fonseca Vieira proferiu a decisão de extinguir a ação: 

“Debruçado-se o presente expediente sobre a investigação dos fatos de reduzida viabilidade probatória ante o decurso do tempo, bem como de ausência de elementos que apontem a existência da prática de atos de improbidade administrativa ou outro ilícito que enseje a atuação desta Promotoria de Justiça, deve ser o mesmo arquivado no estado em que se encontra. Sendo assim, determino o arquivamento do presente inquérito civil”. 

Lau é marido de Jucélia, sim, mas ele é vereador de Valença. O mais votado, inclusive. Há de se respeitar o cumprimento de seu papel como fiscalizador dos atos do município. Ele só pediu esclarecimentos. Pelo menos ainda, não entrou com nenhum processo, não acusou, só mostrou os números que lhe chamaram a atenção. Apenas quer entender o sobrepreço do litro de gasolina pago a R$ 7,60 e do litro de diesel pago a R$ 7,40 num determinado posto.

Lau venceu liminar na Justiça para ter acesso aos pagamentos realizados pela Prefeitura

A indicação, pedindo uma posição da Prefeitura sobre os valores praticados acima dos que os cidadãos comuns pagam nas bombas, foi fruto de um mandato de segurança – que o vereador teve que impetrar já que havia solicitado antes e lhe foi negado – para que tivesse o básico: acesso aos documentos referentes às despesa pagas com dinheiro público nos últimos meses. Normal em qualquer mandato parlamentar que se preze. A justiça determinou que a gestão municipal entregasse em 48 horas e assim a Prefeitura cumpriu a decisão. 

Ignorar ou mostrar supostos erros? 

Voltando ao conto que reflete sobre prestar atenção no que está sendo dito sem querer aniquilar quem trouxe a notícia à tona, a tática de desmerecer um dos poderes constituídos, o legislativo, demonstra que o conteúdo do que foi revelado incomodou, dadas as tristes, lamentáveis e equivocadas reações dos defensores do prefeito.

Para além de um ataque pessoal, traduz a intenção de evitar o debate sadio, lúcido e maduro por quem detém o outro poder – o executivo.

A morte do mensageiro pode até ser tentada, mas o que importa mesmo é esclarecer, de verdade, a mensagem.

Enfim, o desejo de suprimir a liberdade de expressão e de ação de Lau é uma sandice. Ignorar a mensagem não é o melhor caminho, muito menos focar em uma narrativa agressiva criando uma inimiga imaginária sem nenhum potencial ofensivo. A ex-prefeita está vivendo na paz, sem querer guerra com ninguém.

 

Confira a extinção do processo contra a ex-prefeita Jucélia Nascimento: 





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