A bancada evangélica no Congresso Nacional terá um novo presidente a partir de agosto. Por acordo firmado no início do ano, o deputado Silas Câmara (Republicanos-AM) assumirá o comando do grupo substituindo Eli Borges (PL-TO).
Depois de dificuldades na interlocução com o Planalto na 1ª metade do ano, CN apurou que a bancada quer buscar mais diálogo com o governo Lula. Borges é ligado ao entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e disse recentemente que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “não entendeu a importância dos evangélicos” no Brasil. A declaração se deu quando o chefe do Executivo decidiu não ir à Marcha para Jesus, em São Paulo (SP). ...
De perfil mais independente e afastado do bolsonarismo, Silas Câmara é considerado mais pragmático e negociador, o que deve favorecer uma possível quebra de resistência do segmento em relação a Lula. Pesquisa PoderData dos 6 meses do governo Lula mostrou que a desaprovação dos evangélicos subiu 6 pontos percentuais, de 56% em janeiro para 62% em junho. O Republicanos, sigla do congressista que vai assumir a bancada, deve ganhar uma cadeira na equipe ministerial de Lula. O deputado Silvio Costa Filho (PE) é cotado para assumir o Ministério do Esporte, hoje chefiado por Ana Moser.
Apesar da articulação para compor a equipe ministerial, o partido deve avaliar o apoio no Congresso a depender de cada pauta. Seguirá o que hoje ocorre com o União Brasil. A bancada do Republicanos abriga 2 postulantes a assumir a presidência da Câmara em 2025: o presidente do partido e vice-presidente da Casa, Marcos Pereira (SP), e o líder da bancada na Câmara, Hugo Motta (PB). Na disputa sobre quem sucederá Arthur Lira (PP-AL) no cargo, o apoio do governo será um diferencial. No Planalto, o entendimento é que o Executivo não tem condições lançar um candidato próprio, do PT, com chance de vitória. Também miram a presidência os deputados Elmar Nascimento (União Brasil-BA), que é mais próximo de Lira, e Isnaldo Bulhões (MDB-AL), ambos líderes de suas respectivas bancadas.
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