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Morreu hoje, aos 95 anos, o papa emérito Bento 16. Ele faleceu em um antigo convento dentro dos jardins do Vaticano, onde vivia desde 2013, longe dos holofotes.

Seu pontificado ficou marcado pela forma como tratou casos de abuso sexual e o chamado escândalo Vatileaks. Ao renunciar, alegou problemas de saúde, mas os reais motivos nunca ficaram claros.
Segundo nota do Vaticano, Bento 16 morreu às 9h34 (5h34 no horário de Brasília). O corpo descansará a partir de segunda-feira (2) na Basílica de São Pedro, anunciou a Igreja Católica.

Na quarta-feira (28), o papa Francisco, sucessor de Bento 16, disse que ele estava “muito doente” e pediu que a Igreja rezasse por ele. Mais tarde, o Vaticano afirmou em um comunicado que ele havia sofrido uma “piora” repentina de sua saúde e estava recebendo atenção médica constante.

No último vídeo dele, divulgado pelo Vaticano em agosto por ocasião da tradicional visita dos novos cardeais, Bento 16 apareceu magro e debilitado, com um aparelho auditivo, incapaz de falar.

Joseph Ratzinger nasceu na Alemanha no dia 16 de abril de 1927. Entrou para o seminário aos 12 anos.
Na adolescência, estudou grego e latim, e mais tarde se doutorou em teologia pela Universidade de Munique.
Foi professor de Teologia durante 25 anos na Alemanha, antes de ser nomeado arcebispo de Munique.
Em seguida virou o guardião do dogma da Igreja Católica durante outros 25 anos em Roma.
Foi escolhido papa em abril de 2005, aos 78 anos, para suceder João Paulo 2º (1920-2005), um dos pontífices mais populares da história.

Se não por seus inúmeros escritos, livros e discursos teológicos, produzidos antes e durante o seu pontificado, Ratzinger certamente entrou para a história como o papa da modernidade que renunciou – apenas outros quatro o fizeram antes dele.

O último foi Gregório 12, em 1415, mas em circunstâncias completamente diferentes, pois buscava acabar com um cisma na Igreja.

Já Bento 16 renunciou aos 85 anos, em um discurso em latim, no dia 11 de fevereiro de 2013, justificando que a idade avançada lhe tirava forças para poder governar.

No mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor, seja do corpo, seja do ânimo, vigor que, nos últimos meses, em mim diminuiu, de modo tal a ter que reconhecer minha incapacidade de administrar bem o ministério a mim confiado

Bento 16 em uma reunião com cardeais no Vaticano.

A decisão foi tomada após a viagem ao México e a Cuba, em março de 2012. Em entrevista ao jornalista Peter Seewald, no livro “O Último Testamento”, Ratzinger disse que se comoveu com a fé do povo latino-americano, mas também foram dias em que experimentou os limites de sua resistência física. Na visita, ele chegou a cair e ferir a cabeça.

“Percebi que não seria mais capaz de enfrentar, no futuro, outros voos transoceânicos, pelo problema do fuso horário. Ficou claro que não conseguiria participar da Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, em 2013”, explicou.

Contudo, outros papas idosos, em condições até piores, como Pio 12, Paulo 6º e João Paulo 2º, cogitaram renunciar, mas nunca o fizeram. Somando-se a isso o contexto anterior à renúncia, tumultuado do ponto de vista político, surgiram especulações sobre os verdadeiros motivos de Bento 16 para deixar o ministério petrino.

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